11 setembro 2015

e de repente é noite (XLVII)

Não reduzas tudo a esquadria e pedra.
Há sempre uma criança
em nosso horizonte de altas velocidades,
um ninho vazio nas mãos,
delgado corpo de aldeia à hora da sesta.
E o carvão de uma imensa noite
subindo pelas fontes onde correm
nossos terrores de caudaloso magma,
ávidos do centro
de um círculo perdido.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Miradouro, em Vila Flor.

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