22 fevereiro 2013

e de repente é noite (V)

Quem deu nome a esses espaços
não sabia do que falava,
para sempre os perdeu
em imóvel espuma de sons.
Todos os matizes do vento
misturados com o sol e a lua
não lhes desenhariam o rosto.
Lembro-me da placenta da tarde
os banhar numa luz crua.
Nevara de véspera.
Ao menos uma centelha de pureza
em nossos olhos.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.

1 comentário:

Esmeralda disse...

LINDO!!!