18 julho 2007

De volta a Candoso


Hoje o passeio foi a Candoso. Já há algum tempo que andava arredado da bicicleta. O trabalho, a Feira TerraFlor, a câmara nova, são algumas das razões. A opção por Candoso deve-se ao facto de apenas ter estado “À Descoberta”, em Candoso, uma vez, em 29 de Janeiro. Pensei voltar na altura das amendoeiras em flor, mas não foi possível.
Foi com prazer que saí a meio da manhã, por caminhos, até Carvalho de Egas. Decidi fazer o máximo de percurso possível por caminhos, embora a vegetação espontânea já não tenha a exuberância de algum meses atrás.

Fiz um curto passeio em Carvalho de Egas e perguntei por um caminho que me levasse a Candoso. Mais uma vez (isto acontece muito), tentaram convencer-me que o melhor percurso seria a estrada! Face à minha convicção, lá me indicaram o caminho. Era realmente muito ruim e a subir, mas, quando cheguei ao alto, fiquei satisfeito por ter tomado essa alternativa.
Encontrava-me a 747 metros de altitude. Embora não conseguisse ver bem a aldeia de Carvalho de Egas, a paisagem em direcção ao Cabeço era fantástica e procurei uma localização de onde pudesse fotografar Candoso. Tinha uma visão completamente diferente da aldeia, daquela que tive na primeira visita, uma vez que, em Janeiro, tinha entrado pela estrada principal e tinha subido à capela. Desta vez entrei por Nordeste, por uma caminho que me levou directamente ao fundo do povo.

Aproveitei para ver como ficou a capela de Nossa Senhora da Assunção, depois das obras. Afinal o erro na colagem dos azulejos não se deu nestas obras, já se encontrava assim, não se sabe desde quando. A capela, exteriormente, está muito bonita. Telhado novo, colunas novas, pintura fresca, tudo impecável, até o jardim em volta. Encontra-se repleto de flores de todas as cores, das quais destaco as Dálias, que são flores que gosto muito.
Percorri ao acaso muitas das ruas e becos da aldeia. Fiquei impressionado com a limpeza e o ajardinamento que encontrei por todo o lado! É difícil encontrar outra aldeia do concelho tão limpa. Há jardim em cada canto. Até as hortas são uma mistura de horta e jardim privado!
Ao longe via-se o marco geodésico. Este marco tem nas cartas do Instituto Geográfico do Exército o nome de Pilão. Indaguei junto de alguns residentes, estes não reconheciam o nome. Situa-se a 722 metros de altitude (mas não é o ponto mais alto da aldeia). Tinha grandes expectativas quando a paisagem que se veria dali. Esta zona entre Candoso e o Vale da Cabreira, em Freixiel, era completamente desconhecida para mim.

À medida que me aproximava do marco geodésico fui-me convencendo que não me ia arrepender. Quando cheguei ao topo perdi-me, não sabia para onde olhar. Aproveitei para comer alguma coisa enquanto olhava os 360º de beleza. Até o céu colaborou, começando-se a enfeitar com pequenas nuvens brancas. Há um vale que começa no Mogo de Malta, rasgas o granito, alarga-se e vem morrer junto a Freixiel. As enormes rochas graníticas têm uma beleza rude, esmagadora, são salpicados de sobreiros verdes, que resistem à seca, até aos incêndios.
A minha intenção era continuar a descer até encontrar o caminho que une Freixiel a Samões, mas nem tudo correu bem. A certo ponto o caminho tornou-se muito perigoso e dirigia-se para poente, para o centro do vale, em direcção a montante, quando eu queria ir em direcção oposta.
Num caminho com grande inclinação, cheio de buracos cobertos por um manto de ervas secas, a roda da frente entrou num buraco projectando-me a vários metros de distância. Foi um grande susto. Verificados os estragos, tinha uma mão esfolada e a barriga arranhada e nada mais. A bicicleta parecia bem. Para cúmulo acabou-se o caminho. Subi ao alto de uns rochedos e vi, a poucas centenas de metros, o caminho, no fundo do Vale Covo, que acompanha a ribeira (Ribeira do Pilão ou Pelão?).

Quando montei na bicicleta e comecei a pedalar, algo não estava bem. A roda traseira parecia solta. Desapertei as porcas do eixo e a roda caiu ao chão. O eixo estava partido e as esferas espalharam-se pelo chão. Tirei da mochila toda a ferramenta que levada e tentei inventar. Sem saber como, a bicicleta aguentava o meu peso. Fui-me deixando levar, com calma, caminho abaixo, até que cheguei junto da Forca em Freixiel. Não arriscava fazer força, a pedalar, por isso telefonei para casa, a pedir apoio.
Foi um percurso cheio de aventuras, mas valeu a pena. É uma zona com uma rara beleza, com horizontes largos, ideal para bons passeios. Tenho que voltar a percorrer estes e outros caminhos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ola
Fiz uma pausa na Net. Estou na Costa da Caparica ha ja duas semanas. Hoje pedi ao meu filho para me deixar dar uma vista de olhos na Net dele mas o problema e mesmo este teclado com o qual tenho dificuldades em escrever...
Obrigada por tanto trabalho.
Gostei, como sempre, do que li...
Pelao. E mesmo Pelao. E que bem que eu o conheco!!!!! Que saudades!
Abraco
Esmeralda