17 fevereiro 2007

No Cabeço de S. Cristovão


No dia 12 fiz um pequeno passeio por Vilas Boas. Fiz uma auscultação ao “barómetro” Próximos Passeios e decidi tentar uma subida ao Cabeço de S. Cristóvão junto a Vilas Boas.
O meu físico encontrava-se ainda em recuperação de uma caminhada no dia 10 em Brunhoso, Mogadouro, em busca de locais “perdidos” junto ao Rio Sabor, pelo que não podia fazer um grande esforço. Tentei planear o percurso num novo site que descobri e que parece ser muito bom para esta função, delinear percursos de bicicleta.
A ideia era ir até Vilas Boas, continuar na estrada para Vilarinho das Azenhas e depois gradualmente subir perto da Serra de Faro, rodear toda a cadeia de montanhas, procurar as ruínas da capela de S. Cristóvão e subir depois ao cabeço com o mesmo nome. Já depois de sair de casa alterei o percurso. Tinha que aproveitar as horas de sol e por isso decidi rodear as montanhas pelo lado direito, chegando ao cume mais rapidamente, mas sem nenhuma certeza no caminho a tomar depois da Queijaria Artesanal, em Vilas Boas.
Como noutros passeios, o difícil é avançar. A vontade de fotografar é tanta que é um pára aqui, pára ali e o tempo vai passando. Já à entrada de Vilas Boas encontrei algumas amendoeiras em flor. Aproveitei para fazer algumas fotografias da aldeia e do santuário com flores de amendoeira em primeiro plano.
Desci a aldeia até à escola de 1.ºciclo onde pensava fotografar o “Entrudo” que seria queimado mo desfile de Carnaval, em Vila Flor no dia 16. Afinal era no jardim-de-infância que estava a ser feito e acabei por não ver o “Entrudo”. Segui pela estrada em direcção a Meireles e depois, antes de começar a descer, junto à estátua de São Cristóvão (onde já tinha estado), virei à esquerda em direcção à montanha.
O caminho era agradável com uma bonita vista sobre Meireles e sobre o Cachão. A certa altura apercebi-me que o caminho estava a descer demasiado e estava a afastar-me do objectivo. A solução foi pegar na bicicleta e fazer outro tipo de desporto, subir a montanha com ela às costas. A progressão foi lenta, havia muito mato e a terra desfazia-se dificultando a subida. Felizmente, um pouco mais acima, encontrei um caminho que seguia em direcção ao Cabeço de São Cristóvão. Encontrei facilmente as ruínas da capela. São visíveis paredes com cerca de um metro de altura, algumas pedras trabalhadas da porta e o que julgo ser o suporte de um altar.

Deixei aí a bicicleta e continuei até ao ponto mais alto do meu passeio, o marco geodésico no cabeço de S. Cristóvão. Junto dos rochedos tive de fazer uma pequena escalada mas uma coisa acessível a qualquer pessoa.
Estava à espera de uma bela vista, mas o que vi ultrapassou todas as minhas expectativas. É seguramente o local mais espectacular do concelho. É de perder a respiração. Olha-se à volta e há tanto que admirar que nos sentimos pequenos face a tamanha imensidão. Começando pela posição do sol que já se aproximava de Folgares, encontramos muitas montanhas, umas maiores outras mais pequenas e lá ao fundo o Rio Tua com a Ribeirinha, Barcel e Vilarinho das Azenhas. Mais longe, no horizonte, a Serra dos Passos. Mais à direita ergue-se o cume do Faro que impede que se aviste Mirandela. Continuando a rodar para a direita podem ver-se Frechas, Cachão, Vale da Sancha, e a Serra de Bornes lá ao fundo. Continua-se por Vale Frechoso, Meireles mais Próximo, sobe-se para o Santuário de Nossa Senhora da Assunção e volta a descer-se até Vilas Boas, já meia adormecida com a luz do final de tarde. São 360º de deslumbramento que dificilmente esquecerei.
Só as sombras me conseguiram arrancar daquele lugar. Desci precipitadamente. Apanhei a bicicleta e arranquei pela vertente a Nascente das montanhas. Junto do cume do Faro, o caminho terminou. Não havia tempo para grandes descobertas. Agarrei na bicicleta e comecei a descer (menos mau) em direcção a Vilarinho das Azenhas até que encontrei um caminho que me levou à estrada entre Vilas Boas e o Vilarinho.
Satisfeito com a forma como tudo decorreu e com tudo o que tinha visto e sentido, pedalei calmamente até Vila Flor (não sem antes subir a aldeia de Vilas Boas que me cansa sempre bastante).

Quilómetros percorridos neste percurso: 22
Total de quilómetros de bicicleta: 503
Total de fotografias: 7630

2 comentários:

Anónimo disse...

Viva!
Belas fotos!
Coragem nao te falta tb, isso é q é andar de bicicleta...
Voltarei aqui.. o norte, norte de portugal , n conheço. Assim poderei ao menos conhece-lo pelas tuas fotos...
abraço

Anónimo disse...

Vilas Boas, que belo lugar para um ser umano se tornar adulto.Eu tive essa sorte e estou muito contente por isso.E a primeira vês que venho a este blog, fiquei maravilhado com as recordacões que me passarão por a cabêça, a serra de Faro;, quando éra criança passei muitas horas e muitas veses, a sentir o prazêr que você descreve aqui .Sintome um pouco trite por ver que o modernismo não deixou de lado o Santuàrio de nossa Senhora da Assunção,não se esquêção que as coisas mais belas são as mais simples.Obrigado por este grande momênto de nostalguia.